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domingo, 3 de março de 2013

☑ A VIDA DE PI, de Ang Lee

MUITAS PROMESSAS E ALGUM DESAPONTAMENTO


FICHA
Título: A vida de Pi (original em inglês: "Life of Pi")
Origem: EUA
Linguagem: Inglês
Ano: 2012
Duração: 127 minutos
Género: Aventura, Drama
Argumento: David Magee, baseado no livro "Life of Pi", de Yann Martel (2001)
Realização: Ang Lee
Intérpretes: Suraj Sharma, Irrfan Khan, Adil Hussain, Tabu e Gerard Depardieu
Prémios:Oscar de Melhor realizador (Ang Lee) e outros 3 Oscares.

SINOPSE
Pi é um jovem indiano que cresceu feliz, com a família em Pondicherry na India Francesa, em comunhão com os animais do seu Jardim Zoológico e em harmonia quase utópica com  três religiões (Hinduismo, Cristianismo e Islamismo). Aos 16 anos a família emigra para o Canadá e a bordo de um cargueiro, com os seus animais, vai enfrentar o grande desafio da sua vida ao naufragar no pacífico, vendo-se a lutar para sobreviver, num barco salva-vidas, juntamente com um tigre de Bengala.

TRAILER



CRÍTICA
A primeira questão a colocar-se é inevitavelmente sobre a adaptação do livro de Yann Martel. Quanto a mim, falha em  questões essenciais. No livro, é rejeitado qualquer antropomorfismo dos animais, não só na primeira parte, aquando da vida no Zoo, mas também na épica batalha pela sobrevivência no Pacífico. No livro, era impensável Pi segurar a cabeça de Richard Parker, o tigre, no seu colo. Ang Lee, cedeu a um certo infantilismo típico de Hollywood e com isso desvirtuou gravemente o sentido da história. 
Outro pormenor, a questão da perda da noção de tempo é bem clara no livro e desajeitada no filme, com os tracinhos patéticos à prisioneiro, no bote. 
Para já não falar da adição muito forçada, mas percebe-se ditada, não por coerência fílmica, mas por imperativos comerciais, da relação amorosa de Pi, na adolescência, ausente no livro e criada no filme. Quando a enfase original, era colocada na relação de Pi com o divino, dentro do microcosmos de Pondicherry...
De resto, era muito difícil a Ang Lee reproduzir as complexas imagens visuais e auditivas da narrativa de Yann Martel, a mente fervilhante de Pi e a sua  complexa relação com Richard Parker.
Mesmo com a ajuda do digital e do 3D, perdeu-se muito da riqueza do livro de Yann Martel. 
O argumento, ao fim e ao cabo o grande trunfo do filme, revelou-se o seu grande calcanhar de Aquiles. O resto, diga-se, o jeito de Lee, para fazer nascer e crescer o cinema do nada, a sua habilidade, para diluir a fronteira entre o real e o imaginário e a sua magia inata para fazer brotar vida de mitos e personagens de cartoons, não chegou para animar este chocho coctail de imagens digitalizadas.
Nota:**

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