Pesquisar

Páginas

quarta-feira, 6 de março de 2013

☑ O REFÚGIO, de François Ozon


FICHA
Título: O refúgio (Original em francês: "Le refuge")
Origem: França
Linguagem: Francês
Ano: 2009
Duração: 88 minutos
Argumento: Mathieu Hippeau e François Ozon
Realização: François Ozon
Intérpretes: Isabelle Carré, Louis-Ronan Choisy e Melvil Poupaud

SINOPSE
Mousse e Louis, são jovens, bonitos e apaixonados, mas refugiam-se nas drogas. Um dia Louis morre de overdose e Mousse sobrevive, mas no Hospital, fica a saber que está grávida. Contra a opinião da mãe de Louis, Mousse decide levar a gravidez até ao fim e refugia-se numa zona costeira, longe de Paris. Alguns meses mais tarde, Paul, o irmão de Louis, junta-se-lhe no seu refúgio...

TRAILER



CRÍTICA
Como o título indicia, este é um filme sobre refúgios, revelados pela câmara curiosa de Ozon.
Um refúgio  é uma barreira física e muitas vezes psicológica, é algo que impõe rupturas e sinaliza distâncias.
No início do filme, nós deparamos, com Mousse (Isabelle Carré) e o seu apaixonado Louis (Melvil Poupaud), seminús, no quarto de um  apartamento parisiense chic,  no que poderia ser um interlúdio de uma noite de amor. Mas este  refúgio físico é também a superfície de um outro refúgio mais imperativo, consubstanciado na dependência de drogas injectáveis.
Mais tarde vamos encontrar Mousse no seu novo refúgio, numa distante e pacata região costeira do Sul de França, após os trágicos acontecimentos que vitimaram Louis e da  descoberta da sua gravidez.
E a páginas tantas, deparamos também com Paul, o irmão gay de Louis, que também procura o seu refúgio, no refúgio de Mousse...
É uma Isabelle Carré grávida de verdade, que Ozon aproveitou no filme. Na verdade este filme poderá ser também sobre a gravidez, encarada como um vínculo entre pessoas  em transformação. Entre Mousse e o novo ser (uma menina...). E entre mãe, filha e os dois irmãos, Paul e Louis. A barriga verdadeiramente grávida de Carré, exposta de forma generosa, transporta no presente, o vinculo entre o passado e o futuro. 
E assim o fim, à primeira vista cruel, adquire pleno sentido.
Como é que Ozon, nos conta esta história ?
Como se fosse um fresco de emoções reveladas, entre os constrangimentos físicos, impostos pela narrativa.
Com a contenção e a subtileza que a intimidade exige. Mas também com a determinação de quem quer abrir portas.  
Um domínio absoluto da arte cinematográfica, por parte de um cineasta maduro.
 
Nota: ***
 
 

Sem comentários:

Enviar um comentário