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domingo, 17 de março de 2013

☑ GUIA PARA UM FINAL FELIZ, de David O. Russell

GUIA PARA MAIS UM FILME INSÍPIDO
 
FICHA
Título: Guia para um final feliz (original: "Silver Linings playbook")
Ano: 2012
Origem: EUA
Linguagem: Inglês
Duração: 122 minutos
Género: Comédia, Drama, Romance.
Argumento: David O. Russell, baseado no livro de Matthew Quick, "Silver Linings Playbook", de 2008.
Realização: David O. Russel
Intérpretes: Bradley Cooper, Jennifer Lawrence e Robert de Niro
 
SINOPSE
Pat (Bradley Cooper), sofre de um distúrbio bipolar  e é internado numa instituição mental. Quando tem alta, a sua liberdade é restringida por imposição legal, não podendo se aproximar da mulher, Nikki, em virtude de ter agredido o amante desta, quando os apanhou em flagrante. No regresso a casa dos pais, tenta reconciliar-se com Nikki, mas entretanto conhece Tiffany(Jennifer Lawrence), uma jovem viúva, também  com problemas psicológicos. A princípio, Pat encara Tiffany como uma ponte para chegar a Nikki, mas com ela vai aprendendo a viver o lado bom da vida...
 
TRAILER
 


CRÍTICA
David O. Russell, não é um nome qualquer, ou não fosse ele  contínuamente reverenciado pela crítica, veja-se a sua posição nº 37 na lista do respeitável  britânico The Guardian, "40 best directors" , lista que diga-se em abono da verdade, reune um belo naipe de consensuais, uns quantos esquecimentos (O melhor Clint Eastwood, não entra ?) e alguns flops (Walter Sales, em 23, á frente de Kitano, S. Makhmalbaf, Linklater, Miike e Van Sant, really ?!).
Embore já se aventurasse por outras  temáticas, veja-se o exemplo de  "Três reis" de 1999, uma reflexão ligeira sobre a presença dos americanos na guerra do golfo, o seu terreno por excelência é  o já muito batido trilho da  família americana disfuncional, glosada  na comédia  "os psico-detectives" de 2004, no drama biográfico "The fighter - O último round", de 2010 e agora neste "Guia para um final feliz", de 2012.
Embora goze alguma fama de cineasta "independente", a verdade é que o resultado dos seus filmes é invariávelmente "mainstream",   no pior sentido que encerra este rótulo, ou seja, na exploração e recauchutagem  de velhas  fórmulas já gastas, sob o manto diáfano da originalidade e profundidade. 
Neste filme os temas da doença bipolar, do luto, da perda e da solidão, são aflorados sem grande sensibilidade ou critério, submetendo-se à lógica de uma certa normalidade inerente à comédia romântica,   onde já é sabido,  o amor tudo  limpa, cura ou redime. Exceptuando a personagem de Tiffany, que tem alguma espessura e autenticidade  psicológica, ou não  afirmasse  ela a certa altura, " haverá sempre em mim uma parte suja e desleixada mas eu gosto", as demais personagens são unidimensionais, no caso de Pat, muito por culpa da deficiente performance de Bradley Cooper, no caso do "boneco" interpretado por De Niro, não há mesmo nada a fazer, é a lógica da narrativa que empurra os personagens secundários para papéis irremediávelmente caricaturais. Daqui resulta, que a amostragem  das relações inter-pessoais e sobretudo intra-familiares é meramente documental ou decorativa.
Jennifer Lawrence, apesar da verdura dos seus 22 anos (!) acaba por salvar este filme da completa irrelevância. O resto é uma narrativa certinha e previsível, tecnicamente bem apresentada, para desfrutar como uma chiclete, até ao "happy end" prometido. Depois...

Nota: **


 
 

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