"C'era una volta il West" (original Italiano)
"Once upon a tine in West" (Inglês)
1968.
1968.
Itália & EUA.
De Sergio Leone, com Henry Fonda, Claudia Cardinale, Charles Bronson, Jason Robards, Gabriele Ferzetti e Jack Elam
Western (Spagheti). Aventura. 175 minutos. Côr.
Sinopse:
Brett McBain, um Irlandês viúvo, vive com os seus três filhos, no Oeste, numa propiedade árida mas com água, rara nessas paragens, factor importante para atrair o caminho de ferro, que nessa altura rasgava as planícies da fronteira, rumo ao pacífico. Tinha o sonho de nela construir uma estação e uma cidade ao redor, mas esses terrenos eram também cobiçados pelo magnata da ferrovia e essa ganância originou a chacina de toda a sua família, às mãos de Frank, o cruel pistoleiro a soldo do barão do caminho de Ferro, precisamente no dia em que a família preparava uma festa de recepção a Jill McBain, a jovem com quem Brett se tinha casado secretamente em New Orleans. Esse crime hediondo foi imputado injustamente a Cheyenne, o lendário bandido da fronteira. Na mesma altura chega à região, Harmónica, um homem misterioso, perito no manejo das armas e na música que toca no seu instrumento de sopro. O que une e separa estes personagens é o que descobriremos neste épico, de ambição, cobiça, desejo e vingança, nos alvores da construção do sonho americano.
É raro querer rever um filme e concretizar esse desejo. Por uma razão ou outra, mesmo que seja esse o plano, acabo por escolher uma novidade. Não é este o caso deste filme de Sergio Leone, que se insinua sempre em qualquer das minhas "playlists", como uma escolha natural.
Com alguns anos de intervalo, já visionei por três vezes, este épico da sétima arte e em todas elas experimentei simultaneamente o deslumbre do olhar infantil e o extase místico de uma velho asceta.
Este é um dos raros filmes onde é possível sentir a paixão do cinema em todos os seus intervenientes e por isso não admira que sejamos contagiados por essa pulsão amorosa. Desde a escrita do argumento, partilhada entre Sergio Leone, Bernardo Bertolucci, Dario Argento e Sergio Donati, passando pela fotografia de Tonino Delli Coli, a Música de Ennio Morricone, as interpretações de todos os atores e atrizes, em especial Claudia Cardinale e Henry Fonda e terminando na realização de Sergio Leone, tudo neste filme respira magnificiência.
Sergio Leone faz aqui uma homenagem ao grande cinema americano em especial a um género crepuscular, o western, que durante muitos anos se banalizou em produções industriais de um mau gosto confrangedor, mas que foi capaz também de nos brindar com indiscutíveis obras primas do cinema como "A desaparecida" e "A paixão dos fortes" de John Ford, "Johnny Guitar", de Nicholas Ray e "Imperdoável" de Clint Eastwood.
E Sergio Leone, cultor de uma estilo operático, muito típico do Western Spaghetti, de que foi um dos impulsionadores, consegue descobrir e temperar a substância que faz deste filme um clássico, candidato ao melhor filme de sempre.
O início e o fim do filme, são verdadeiramente alucinantes de criatividade e de um apurado sentido estético, em que sobressai uma cinematografia verdadeiramente genial, com uma câmara dotada de vida própria, como que querendo entrar naquele jogo do imaginário infantil, tirando close-ups de cortar a respiração. O cenário, é ele próprio um personagem à parte com as suas feições míticas e os ruídos emblemáticos, que vão ajudando a contar a história.Tal como a música, com vários trechos específicos de personagens e de certos momentos da narrativa.
No meio, não está neste caso a virtude, notando-se algum apagamento, como se instalasse um cansaço natural depois de uma corrida vigorosa.
As interpretações são verdadeiramente geniais, todo o "cast" está possuído pelo espirito da história e pela época, local e circunstâncias do enredo. Especialmente brilhantes, Claudia Cardinale e Henry Fonda.
Até à próxima !
Com alguns anos de intervalo, já visionei por três vezes, este épico da sétima arte e em todas elas experimentei simultaneamente o deslumbre do olhar infantil e o extase místico de uma velho asceta.
Este é um dos raros filmes onde é possível sentir a paixão do cinema em todos os seus intervenientes e por isso não admira que sejamos contagiados por essa pulsão amorosa. Desde a escrita do argumento, partilhada entre Sergio Leone, Bernardo Bertolucci, Dario Argento e Sergio Donati, passando pela fotografia de Tonino Delli Coli, a Música de Ennio Morricone, as interpretações de todos os atores e atrizes, em especial Claudia Cardinale e Henry Fonda e terminando na realização de Sergio Leone, tudo neste filme respira magnificiência.
Sergio Leone faz aqui uma homenagem ao grande cinema americano em especial a um género crepuscular, o western, que durante muitos anos se banalizou em produções industriais de um mau gosto confrangedor, mas que foi capaz também de nos brindar com indiscutíveis obras primas do cinema como "A desaparecida" e "A paixão dos fortes" de John Ford, "Johnny Guitar", de Nicholas Ray e "Imperdoável" de Clint Eastwood.
E Sergio Leone, cultor de uma estilo operático, muito típico do Western Spaghetti, de que foi um dos impulsionadores, consegue descobrir e temperar a substância que faz deste filme um clássico, candidato ao melhor filme de sempre.
O início e o fim do filme, são verdadeiramente alucinantes de criatividade e de um apurado sentido estético, em que sobressai uma cinematografia verdadeiramente genial, com uma câmara dotada de vida própria, como que querendo entrar naquele jogo do imaginário infantil, tirando close-ups de cortar a respiração. O cenário, é ele próprio um personagem à parte com as suas feições míticas e os ruídos emblemáticos, que vão ajudando a contar a história.Tal como a música, com vários trechos específicos de personagens e de certos momentos da narrativa.
No meio, não está neste caso a virtude, notando-se algum apagamento, como se instalasse um cansaço natural depois de uma corrida vigorosa.
As interpretações são verdadeiramente geniais, todo o "cast" está possuído pelo espirito da história e pela época, local e circunstâncias do enredo. Especialmente brilhantes, Claudia Cardinale e Henry Fonda.
Até à próxima !
Sem comentários:
Enviar um comentário