FICHA
Título: Os três macacos
Origem: Turquia
Linguagem: turco
Ano: 2008
Duração: 109 minutos
Género: Drama
Argumento: Ebru Ceylan, Erkan Kesal e Nuri Bilge Ceylan
Realização: Nuri Bilge Ceylan
Intérpretes: Yavuz Bingol, Hatice Aslan e Hamet Rifat Sungar
SINOPSE
Perto do Bósforo, vive uma modesta família turca, constituída pelo pai Eyup, a esposa Hacer e o filho de ambos, o jovem Ismail. Numa noite, Servet, o patrão de Eyup, um ambicioso político local, atropela mortalmente um transeunte e propõe ao seu empregado que assuma ele a culpa, em troca de dinheiro e uma curta estadia na prisão. Eyup concorda e fica preso. Ismail consegue então de Servet, dinheiro para comprar um carro, através da mãe, que se envolve de seguida com o político. Como é que esta família, com diferentes expectativas, lidará com a situação ?
TRAILER
CRÍTICA
O título “ Os três macacos”, deriva do provérbio oriental,
exposto num célebre mural japonês, acerca da posição de três macacos perante o mal: um que não quer ouvir (tapa o ouvido), outro que não quer falar (fecha a boca) e o terceiro recusa-se a ver (tapa os olhos). Há um quarto macaco (tal como no filme) que nada quer fazer (e tem os braços cruzados).
exposto num célebre mural japonês, acerca da posição de três macacos perante o mal: um que não quer ouvir (tapa o ouvido), outro que não quer falar (fecha a boca) e o terceiro recusa-se a ver (tapa os olhos). Há um quarto macaco (tal como no filme) que nada quer fazer (e tem os braços cruzados).
Que é que isto tem a ver com este filme ?
Esta imagem remete-nos em primeiro lugar para um dilema moral. Perante uma situação moralmente questionável, como reagem as pessoas ? Certamente de diferentes formas…
Em segundo lugar, este é um filme sobre os problemas de comunicação entre três membros de uma família e entre estes e o exterior do agregado familiar. Tem como pano de fundo as diferentes expectativas de vida destas três pessoas, o pai, fazendo um sacrifício pela família e pelo patrão, o filho, um aluno medíocre e socialmente problemático, desejando um carro e a esposa, emocionalmente frustrada que pensa ter encontrado finalmente “o seu destino”, na figura do amante, patrão do esposo.
Em que medida estas três pessoas detêm o verdadeiro controle da sua vida ? Até que ponto as ações de um deles, afectam a vida dos outros dois ? Que lugar para a reconciliação e o perdão ?
Um filme ao estilo de Ceylan, simples e intimista, sem artifícios. O enredo é vida a fluir, simples e complexa ao mesmo tempo. As emoções, não são exibidas, antes se espelham dos rostos, dos gestos e dos silêncios dos personagens.
A narrativa desenvolve-se de forma natural e os horizontes amplos límpidos e calmos do bósforo, servem de cenário adequado às rotinas e anseios dos personagens.
Os comboios passando bem perto da casa, são também destinos que se cruzam entre si e servem de fundo sonoro, omnipresente e repetitivo, às rotinas familiares.
Belíssimas interpretações destes actores turcos.
Um filme memorável.
Nota: ****
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