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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

OS TRÊS MACACOS

 
FICHA
Título: Os três macacos 
Origem: Turquia
Linguagem: turco
Ano: 2008
Duração: 109 minutos
Género: Drama
Argumento: Ebru Ceylan, Erkan Kesal e Nuri Bilge Ceylan
Realização: Nuri Bilge Ceylan
Intérpretes: Yavuz Bingol, Hatice Aslan e Hamet Rifat Sungar
 
SINOPSE
Perto do Bósforo, vive uma modesta família turca, constituída pelo pai Eyup, a esposa Hacer e o filho de ambos, o jovem Ismail. Numa noite, Servet, o patrão de Eyup, um ambicioso político local, atropela mortalmente um transeunte e propõe ao seu empregado que assuma ele a culpa, em troca de dinheiro e uma curta estadia na prisão. Eyup concorda e fica preso. Ismail consegue então de Servet, dinheiro para comprar um carro, através da mãe, que se envolve de seguida com o político. Como é que esta família, com diferentes expectativas, lidará com a situação ?
 
TRAILER



CRÍTICA
O título  “ Os  três  macacos”,  deriva  do  provérbio   oriental,
exposto num célebre mural japonês, acerca da posição de três macacos perante o mal: um que não quer ouvir (tapa o ouvido), outro que não quer falar (fecha a boca) e o terceiro recusa-se a ver (tapa os olhos). Há um quarto macaco (tal como no filme) que nada quer fazer (e tem os braços cruzados).
Que é que isto tem a ver com este filme ?
Esta imagem remete-nos em primeiro lugar para um dilema moral. Perante uma situação moralmente questionável, como reagem as pessoas ? Certamente de diferentes formas…
Em segundo lugar, este é um filme sobre os problemas de comunicação entre três membros de uma família e entre estes e o exterior do agregado familiar. Tem como pano de fundo as diferentes expectativas de vida destas três pessoas, o pai, fazendo um sacrifício pela família e pelo patrão, o filho, um aluno medíocre e socialmente problemático, desejando um carro e a esposa, emocionalmente frustrada que pensa ter encontrado finalmente “o seu destino”, na figura do amante, patrão do esposo.
Em que medida estas três pessoas detêm o verdadeiro controle da sua vida ? Até que ponto as ações de um deles, afectam a vida dos outros dois ? Que lugar para a reconciliação e o perdão ?
Um filme ao estilo de Ceylan, simples e intimista, sem artifícios. O enredo é vida a fluir, simples e complexa ao mesmo tempo. As emoções, não são exibidas, antes se espelham dos rostos, dos gestos e dos silêncios dos personagens. 
A narrativa desenvolve-se de forma natural e os horizontes amplos límpidos e calmos do bósforo, servem de cenário adequado às rotinas e anseios dos personagens.
Os comboios passando bem perto da casa, são também destinos que se cruzam entre si e servem de fundo sonoro, omnipresente e repetitivo, às rotinas familiares.
Belíssimas interpretações destes actores turcos.
Um filme memorável.
 
Nota: ****

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