EXPRESSO, 13 de Dezembro de 2012
"Abraçaço", o novo álbum do músico brasileiro
Caetano Veloso, já está editado em Portugal e termina uma trilogia -
feita com "Cê" (2006) e "Zii & Zie" (2009) - gravada
com os músicos da BandaCê.
Com
os músicos Pedro Sá (guitarra), Marcelo Calado (bateria) e Ricardo Dias Gomes
(baixo), Caetano Veloso esteve mais próximo do samba-rock durante
aqueles três discos.
"Abraçaço",
palavra que Caetano Veloso diz usar quando escreve a alguém, abre com o tema
"A bossa nova é foda", na qual faz referência a João Gilberto, Carlos
Lyra, Machado de Assis ou Vinicius de Moraes.
Do
alinhamento fazem ainda parte "O império da lei", feita a pensar em
Dorothy Stang, missionária assassinada em 2005 no Pará, e "Um
comunista", sobre o político e guerrilheiro Carlos Marighella.
Em
entrevista a "O Globo", Caetano Veloso explicou que
"abraçaço" "tem essa reverberação, parece um eco, mais ainda
quando escrito, esse a-ce-cedilha duas vezes. É como se fossem círculos
concêntricos de abraços, que vão se expandindo. Não é apenas grande ou
maravilhoso como é um golaço, por exemplo. É expansivo".
A
imprensa brasileira dá conta que Caetano Veloso deverá andar em digressão em
2013 com o novo álbum.
Caetano
Veloso, um dos maiores nomes da música brasileira, completou em agosto passado
70 anos e recebeu em novembro o Grammy Latino de Personalidade do Ano.
CRÍTICA
Caetano Veloso.
Eu ouvi quase até à inconsciência este homem.
Eu quase decorava as fichas técnicas dos discos.
Sei (sei lá se sei já) um numero incalculável de versos e frases musicais.
Começando com tropicália, Transa, Araçá azul, etc. etc...
Hoje, sinto um aborrecimento profundo ao ouvir o seu último disco.
Os últimos três, eu nem conseguia ouvir até ao fim.
Sinto o que deve sentir um amante, ao ver, anos volvidos, a sua antiga e fervorosa amante, numa rua qualquer de uma grande cidade e não sinta o coração, com aquela arritmia boa e ansiosa, e apenas um "como vais ? Tudo bem? Pois é, estás na mesma..."
Piedosa mentira, que encobre e permite seguir em frente. "Qualquer dia, vamos nos encontrar, para um café e colocar as coisas em dia.Tchau !"
Piedosa mentira, que encobre e permite seguir em frente. "Qualquer dia, vamos nos encontrar, para um café e colocar as coisas em dia.Tchau !"
Vou continuar a caminhar contra o vento, mas com lenço e documentos em ordem.
Talvez seja eu quem mudou e esteja mais surdo da alma e do resto.
Que me perdoem por estas palavras, os que eu convenci a entrar para a seita.
Para 70 anos não está mal...
ResponderEliminarSe calhar, querias o quê, cada disco uma obra prima ?
Quero ver se aos 70 ainda dizes coisa com coisa !
As faixa 2, 8, 9 e 11, são Caetano, no seu registo habitual.
As outras são mais atípicas.
Agora, gostei da metáfora adúltera !